Melhorar a prática de enfermagem na manipulação de CVC e conectores sem agulha
Palavras-chave:
Conector sem agulha, Leucemia Aguda, CVC, CLABSIResumo
Com o aumento do número, frequência e duração dos tratamentos de quimioterapia, o incremento do uso de cateteres centrais de longa duração permitiu a administração de terapia intravenosa, suporte transfusional e colheita sanguínea de uma forma mais segura e eficaz. Uma das recomendações para manipular o cvc em segurança foi o uso de conectores sem agulha, sendo fundamental o conhecimento das implicações desses dispositivos na prática de enfermagem.
Objetivo: Este estudo visa melhorar a prática associada à manipulação do CVC, usando um duplo conector sem agulha, numa população de pessoas com leucemia aguda (LA) submetidos a quimioterapia de altas doses.
Métodos: Foi realizado um estudo comparativo prospetivo unicêntrico, incluindo uma amostra consecutiva de todas as pessoas diagnosticadas com LA, portadoras de CVC tipo Hickman®, com conector sem agulha simples (SSNC) (grupo 1) ou duplo conector sem agulha (DSNC) (grupo 2), em fase de quimioterapia ou aplasia, desde dezembro de 2014 a dezembro de 2016, na Unidade de
Onco-Hematologia do Instituto Português de Oncologia do Porto.
Resultados: No total, foram estudados 17 pessoas com LA que reportaram 78 internamentos [mediana 4, intervalo 1 a 12], 1.122 dias de admissão [mediana de 12.5, intervalo 3 a 44] e 1.044 dias de cvc [mediana 12, intervalo de 3 a 35]. Não foi encontrado nenhum risco estatisticamente significativo de infeção associada ao cvc entre os grupos de estudo [RR 0.4528, IC 95%, 0.1235-
1.6605], no entanto, aquando da identificação de colonização da linha central esta reportava-se sempre ao grupo 1. Todas as hemoculturas positivas foram reportadas em períodos de neutropenia. Nenhuma infeção relacionada com o cvc foi identificada.
Conclusão: O estudo sugere que o DSNC pode ser uma boa escolha para a prática de enfermagem de forma a reduzir o risco de colonização do cvc e melhorar a segurança da sua manipulação em pessoas com LA submetidos a quimioterapia em altas doses.
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