Emoções face ao diagnóstico de doença oncológica

Autores

  • Luis Miguel Ferreira Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Católica Portuguesa
  • Célia Santos Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto
  • Emília Bulcão Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Católica Portuguesa

DOI:

https://doi.org/10.31877/on.2012.20.02

Palavras-chave:

cancro, emoções, medo, raiva

Resumo

Neste artigo procura-se abordar o impacto emocional e as emoções emergentes quando surge o diagnóstico de doença oncológica. Face ao impacto decorrente do diagnóstico de cancro são evidenciadas consequências psicológicas, a nível das respostas emocionais, surgindo distress, ansiedade grave e depressão, emergindo também emoções como o medo e a raiva. Tomando por base o conceito de emoção de Lazarus, objectivando determinar as emoções desencadeadas face a um diagnóstico de doença oncológica, desenvolveu-se um estudo descritivo de natureza qualitativa.
Os resultados do estudo permitiram concluir que, face ao diagnóstico de doença oncológica, emergem as emoções de medo e raiva. Destaca-se que apesar das emoções emergentes serem consideradas na literatura como negativas, apresentam um potencial adaptativo muito importante. Compreender as emoções inerentes a um diagnóstico de cancro, parece-nos favorecedor de competências, potenciadoras da eficácia de uma relação terapêutica, que promova o bem-estar emocional do
doente e beneficie o seu processo de adaptação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Bardin, L. (2004). Análise de conteúdo (3 ed.). Lisboa: Edições 70.

Burgess, C., Cornelius, V., Love, S., Graham, J., Richards, M., & Ramirez, A. (2005). Depression and anxiety in women with early breast cancer: Five years observational cohort. (Vol. 330). (B. M. Journal, Ed.)

Cabral, J. M. (1993). O Desafio da Normalidade (Impressões do fim da vida). Lisboa: Rei dos Livros.

Damásio, A. (2003). Ao Encontro de Espinosa: as emoções sociais e a neurobiologia do sentir. Mem Martins: Publicações Europa-América.

Epping-Jordan, J., Compas, B., Osowiecki, D., Oppedisano, G., Gerhardt, C., Primo, K., et al. (1999). Psychological adjustment in breast cancer: process of emotional distress. Health Psychology , 18 (4), pp. 315-326.

Fawzy, F., Fawzy, N., Hyun, C., Elashoff, R., Guthrie, D., Fahey, J., et al. (1993). Maligmant melanoma. Archives of General Psychiatry , 50 (9), pp. 681-689.

Fernandes, S. (2009). preditores psicossociais do Ajuntamento à Doença e Tratamento em Mulheres com Cancro da Mama: O papel do Estado Emocional, das Representações de Doença, do Optimismo e dos Benefícios Percebidos. Portugal: Tese de doutoramento

apresentada na Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia.

Haynal, A., Pasini, W., & Archinard, M. (1998). Medicina psicossomática : perspectivas psicossociais. Lisboa: Climepsi Editores.

Izard, C. E. (1991). The Psychology of emotions. New York: Plenum Press.

Izard, C., & Ackerman, B. (2000). Motivational, organizational, and regulatory functions of discrete emotions. In M. In LEWIS, & M. HAviland-Jones, Handbook of emotions (2 ed.). London: The Guilford Press.

Knobf, M. T. (2007). Psychosocial responses in breast cancer survivors. Seminars in Oncology Nursing , 23 (1), pp. 71-73.

Lazarus, R. (1991). Emotion and adaptation. New York: Oxford University Press.

Ledoux, J. (2000). O Cérebro emocional: as misteriosas estruturas da vida emocional. Cascais: Pergaminho.

Martin, D., & Boeck, K. (2000). QE o que é a inteligência emocional: como conseguir que as nossas emoções determinem o nosso triunfo em todas as situações (2 ed.). Pergaminho: Cascais.

Martin, P. (2004). A Mente Doente: cérebro, comportamento, imunidade e doença. (2ª edição ed.). Lisboa: Bizâncio.

Matos, P., & Pereira, M. (2002). Áreas de intervenção na doença oncológica. . In M. Pereira, & C. Lopes, O doente oncológico e sua família. (pp. 15-25). Lisboa: Climepsi.

McCray, N. D. (2000). Questões psicossociais e da qualidade de vida. In S. E. Otto, Enfermagem em oncologia (3 ed.). Loures: Lusociência.

Oatley, K., & Jenkins, J. M. (2002). Compreender as emoções . Lisboa: Instituto Piaget.

Ogden, J. (1999). Psicologia da Saúde. Lisboa: Climepsi.

Phaneuf, M. (2002). Comunicação, entrevista, relação de ajuda e validação. . Loures: Lusociência.

Ribeiro, J. (2005). Introdução à Psicologia da Saúde. Coimbra: Quarteto.

Rodrigues, C. – Programações afectivas inatas. In Rodrigues, C.; Teixeira, J. ; Gomes, M. – Afectividade. Porto: Contraponto, 1989.

Santos, C. (2006). DOENÇA ONCOLÓGICA representação, coping e qualidade de vida (1 ed.). Coimbra: Formasau.

Seligman, L. (1996). Promoting a Fighting Spirit. San francisco: Jossey-Bass Publishers.

Selye, H. (1987). Qué es le síndrome general de adaptación. In S. Bensabat, & H. Selye, Stress: grandes especialistas responden (pp. 24-28). Bilbao: Mensagero.

Soares, M., Moura, M., Carvalho, M., & Baptista, A. (2000). Ajustamento emocional, afectividade e estratégias de coping na doença do foro oncológico. Psicologia, Saúde e Doenças , 1 (1), pp. 19-25.

Serra, A. (2007). O Stress na vida de todos os dias (3ª ed.). Coimbra: Adriano Vaz-Serra.

Weisman, A. D. (1989). A model for psychosocial phasing in cancer. In R. H. Moos, Coping with physical illness: new perspectives (pp. 107-122). New York: Plenun Medical Book Company.

Downloads

Publicado

25-03-2012

Como Citar

1.
Miguel Ferreira L, Santos C, Bulcão E. Emoções face ao diagnóstico de doença oncológica. journal [Internet]. 25 de Março de 2012 [citado 16 de Maio de 2024];(20):20-7. Disponível em: https://onco.news/index.php/journal/article/view/185

Edição

Secção

Artigos de Investigação