A experiência das mulheres após um cancro - uma abordagem fenomenológica

Autores

  • Cândida Pinto Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto
  • Bárbara Gomes Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto

DOI:

https://doi.org/10.31877/on.2012.21.04

Palavras-chave:

mulheres, sobreviventes de cancro, abordagem qualitativa

Resumo

Com o aumento das opções de diagnóstico e tratamento do cancro, os problemas decorrentes da sobrevida tem aumentado. São identificadas necessidades físicas e psicossociais específicas nas pessoas sobreviventes de cancro. As mulheres, dentro da população adulta sobreviventes de cancro, são o maior grupo. Isto, porque o cancro da mama é o cancro mais frequente no sexo feminino, e o diagnóstico precoce e o desenvolvimento das intervenções terapêuticas tem levado a um grande sucesso, e consequentemente a períodos cada vez mais longos de sobrevida.
A percepção da magnitude deste problema levou-nos a desenvolver esta investigação, com o objectivo de compreender as implicações do cancro na vida das mulheres. Esta investigação decorre de uma outra investigação realizada sobre a avaliação da qualidade de vida junto de 426 sujeitos, sobreviventes de cancro. Dentro destes, 68,1% eram mulheres sobreviventes de cancro. Durante as entrevistas as mulheres expressavam sentimentos, experiências e falavam das múltiplas implicações do cancro nas suas vidas. Foram efectuadas notas de campo, que posteriormente foram analisadas e codificadas em categorias. Este trabalho permitiu identificar as seguintes unidades de análise: incerteza/síndrome de Damocles; aspectos positivos; sentido de controlo; o preço da cura; implicações familiares; revolta; auto-imagem; necessidades de escuta; espiritualidade/religiosidade.
Conclusões: A análise de dados permitiu-nos concluir que o cancro, mesmo após o seu controlo, tem múltiplas implicações na vida das mulheres. Os profissionais de saúde em geral, e os profissionais de enfermagem em particular, devem ser capazes de compreender e ajudar estas mulheres a gerir o impacto do cancro nas suas vidas, promovendo uma abordagem holística dos cuidados, de forma a dar respostas às necessidades e às transições de vida que decorrem do confronto com
este problema.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Beaver, K. & Luker, K.A. (2005). Follow-up in breast cancer clinics: reassuring for patients rather than detecting recurrence. Psycho-Oncology,14 (2), 94-101.

Bower, J.E., Ganz, P.A., Desmond, K.A., Rowland, J.H., Meyerowitz, B.E., & Belin, T.R.(2000).Fatigue in breast cancer survivors: occurrence, correlates, and impact on quality of life. Journal of Clinical Oncology, 18 (4), 743-753.

Cella, D., Davis, K., Breitbart, W., & Curt, G.(2001). Cancer-related fatigue: prevalence of proposed diagnostic criteria in a United States sample of cancer survivors. Journal of Clinical Oncology, 19 (14), 3385-3391.

Clayton, M.F., Mishel, M.H. & Belyea, M. (2006). Testing a model of symptoms, communication, uncertainty, and well-being, in older breast cancer survivors. Research in Nursing & Health, 29 (1), 18-39.

Dow, K. H. & Loerzel, V.W. (2005). Cancer survivorship: a critical aspect of care. In C.H. Yarbro, M.H. Frogge; & M. Goodman (edts). Cancer Nursing. Principles and practice. (1665-1675), 6ª ed. Boston.

Ferrell, B.R., Virani, R., Smith, S., & Juarez, G.( 2003 c). The role of oncology nursing to ensure quality care for cancer survivors: a report commissioned by the national cancer policy board and institute of medicine. [Versão electrónica] Oncology Nursing Forum, 30 (1)

http://www.ons.org/clinical/Survivorship.shtml

Ferrans, C.E. (2005). Definitions and conceptual models of quality of life. In J. Lipscomb., C. Gotay & C. Snyder. Outcomes assessment in cancer. Measures, methods and applications. (pp.14-30) University Press. Cambridge.

Ganz, P. A. (2001). Late effects of cancer and its treatment. Seminars in Oncology Nursing, 17 (4), 241-248.

Ganz, P.A., & Goodwin, P.J. (2005). Quality of life in breast cancer – what we learned and where do we go from here? In J. Lipscomb., C. Gotay & C. Snyder. Outcomes assessment in cancer. Measures, methods and applications. (pp.93-125) University Press. Cambridge.

Hewit, M., Greenfield, S., & Stovall, E. (2006). From cancer patient to cancer survivor: lost in transition. Washington. The National Academies Press disponível em http://darwin.nap.edu/books/0309101239/html

Hewitt, M., Bamundo, A., Day, R. & Harvey, C. (2008) Perspectives on Post-Treatment Cancer Care: Qualitative Research with Survivors, Nurses, and Physicians. Journal of Clinical Oncology, 25, 2270-2273

Holland, J.C. & Reznik, I. (2005). Pathways for psychosocial care of cancer survivors. Cancer Supplement, 104 (11), 2624-2637.

Holland, K.D. & Holahan, C.K. (2003). The relation of social support and coping to positive adaptation to breast cancer. Psychology and Health, 18 (1), 15-19.

Ibánez, E., Valiente, M. & Soriano, J. (2002). Una história de la Psico-oncología:del câncer a la Psicologia e vice-versa. In M.R. Dias & E.Durá (Eds.).Territórios da Psicologia Oncológica.(pp.348-380). Lisboa: Climpsi Editores. Manuais Universitários.

Leigh, S. A. & Stovall, E.L. (2003). Cancer survivorship. Quality for life. In C.R. King & P.S. Hinds (Eds.), Quality of Life. From nursing and patient perspectives (2ª ed, pp.381-395). Boston: Jones and Bartlett Publishers.

National Cancer Institute (2006) Division of Cancer Control e population Sciences. Cancer survivorship research: survivorship definitions. Acedido a 10 de Janeiro, 2006, através de http://dccps.nci.nih.gov/ocs/definitions.html

Ogle, K.S., Swanson, G. M., Woodts, N., & Azzouz, F. (2000). Cancer and Comorbidity. Redefining chronic diseases. Cancer, 88 (3), 653-663.

Pinheiro, P. S., Tyczynski JE., Bray F., Amado, J., & Parkin, DM (2003). Cancer Incidence and mortality in Portugal . European Journal Cancer, 39 (17), 2507-2520

Pinto, c. (2008) . Jovens e adultos sobreviventes de cancro: Variáveis psicossociais associadas à optimização da saúde e qualidade de vida após o cancro. Tese de Doutoramento apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, não publicada.

Pinto, B.M. & Trunzo, J.J. (2004). Body esteem and mood among sedentary and active cancer survivors. Mayo Clinic Proceedings, 79 (2),181-186.

Reuben, S.H. (2004). Living Beyond cancer: finding a new balance. U.S. Department of health and human services. National Institutes of Health, National Cancer Institute, disponível em http://deainfo.nci.nih.gov/advisory/pcp/agenda.htm

Ribeiro, J. L. (2005). Introdução à psicologia da saúde. Coimbra, Quarteto. 356 p.

Rowland, J. & Baker, F. (2005). Introduction: resilience of cancer survivors across the lifespan. Cancer, 104 (11 Supplement), 2543-2548.

Ronson, A., & Body, J. (2002). Psychosocial rehabilitation of cancer patients after curative therapy. Support Care Cancer,10 (4), 281-291.

Schnipper, H. (2001). The art of oncology: when the tumor is not the target. Life After Breast Cancer. Journal of Clinical Oncology, 19 (15), 3581-3584.

Schwartz, C.L. (2003). Health status of childhood cancer survivors. Cure is more than the eradication of cancer. Journal of the American Medical Association, 290 (12), 1641-1643.

Stanton, A., Ganz, P.A., Rowland, J.H., Meyerowitz, B. E., Krupnick, J.L. & Sears, S.R. (2005). Promoting adjustment after treatment for cancer. Cancer, 104 (11 Supplement), 2608-2613.

Stephens, M. (2004). Understanding the long-term challenges of cancer survivorship. Nursing Times, 100 (30), 30-31.

Thompson, S. (2002). The role of personal control in adaptative functioning. In C. R. Snyder, & S.J. Lopez (Eds.), Handbook of positive psychology (pp.202-213). USA: Oxford University Press.

Thornton, A. A. (2002). Perceiving benefits in the cancer experience. Journal of Clinical Psychology in Medical Setting, 9 (2), 153- 165.

Vacek, P.M., Winstead-Fry, P., Secker-Walker, R.H., Hooper, G. J., & Plante, D.A. (2003). Factors influencing quality of life in breast cancer survivors. Quality of Life Research, 12 (5), 527-537.

Vickberg, S.M.J., Duhamel, K.N., Smith, M.Y., Manne, S.L., Winkel, G., Papadopoulos, E.B.et al. 2001). Global meaning and psychological adjustment among survivors of bone marrow transplant. Psycho-Oncology, 10 (1), 29-39.

Zebrack, B. J., & Zeltzer, L.K.,(2001). Living beyond the sword of Damocles: surviving childhood cancer. [Versão electrónica] Expert Review of Anticancer Therapy.1 (2), 163-164.

Wikes, L.M., O’Baugh, J., Luke, S., & George, A.(2003). Positive attitude in cancer: patients `perspectives. Oncology Nursing Forum, 30 (3), 412-426.

Downloads

Publicado

04-07-2012

Como Citar

1.
Pinto C, Gomes B. A experiência das mulheres após um cancro - uma abordagem fenomenológica. journal [Internet]. 4 de Julho de 2012 [citado 16 de Maio de 2024];(21):32-40. Disponível em: https://onco.news/index.php/journal/article/view/181

Edição

Secção

Artigos de Investigação