Indicadores de resultado clinicamente úteis no contexto das estratégias terapêuticas promotoras da adaptação em doentes com cancro da mama -

Autores

  • Luís Miguel Ferreira Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto
  • Filipe Miguel Pereira Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto
  • Célia Samarina Brito Santos Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto
  • Berta Salazar Almeida Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto

DOI:

https://doi.org/10.31877/on.2011.18.01

Palavras-chave:

cancro da mama, adaptação, indicadores sensíveis aos cuidados de enfermagem

Resumo

Neste artigo descreve-se o processo inicial de identificação de um painel de indicadores de resultado, clinicamente úteis, capazes de promover a monitorização dos processos de adaptação, em doentes com cancro da mama.
A doença oncológica da mama constitui um agente de stress capaz de ameaçar a integridade psicológica e física da pessoa, representando um impacto violento no bem-estar e na qualidade de vida.
Como metodologia utilizou-se uma abordagem qualitativa e exploratória, com recurso a revisão bibliográfica e a entrevistas exploratórias a doentes com cancro da mama, que pertencem a um grupo de auto-ajuda, e à avaliação por peritos. Numa primeira abordagem, de acordo com a revisão da literatura efectuada, podemos inferir que um estilo de coping mais activo sob a forma de espírito de luta, suporte social, autocontrolo, índices favoráveis de optimismo e dimensão espiritual presente, induz padrões de respostas mais adaptativas.
A partir dos resultados das entrevistas exploratórias e da revisão da literatura, evoluímos na identificação de um conjunto bastante alargado de indicadores de resultado de enfermagem, utilizando a Classificação de Resultados de Enfermagem. O referido conjunto de indicadores foi então submetido a um painel de peritos, neste domínio problemático. De acordo com as opções dos peritos,
fomos capazes de chegar a um painel de 110 indicadores de resultado, potencialmente úteis para a monitorização e acompanhamento das doentes que experimentam uma situação de doença oncológica da mama.
Concluímos que é essencial para a disciplina de enfermagem a identificação de indicadores de resultado, úteis e mensuráveis, que permitam avaliar a assistência em saúde, como meio de sustentar a qualidade do exercício profissional dos enfermeiros.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Moorhead, S., Johnson, M., Maas, M. L., & Swanson, E. (2010). NOC Classificação dos Resultados de Enfermagem (4.a ed.). Elsevier: Rio de Janeiro.

Johnson, M., Buleachek, G., Butcher, H., Dochterman, J. M., Maas, M., & Swanson, E. (2006). Ligações entre NANDA, NOC e NIC (2.ª ed.). Porto

Alegre: Artmed.

Matos, P., & Pereira, M. (2002). Áreas de intervenção na doença oncológica. In M. Pereira, & C. Lopes, O doente oncológico e sua família.

(pp. 15-25). Lisboa: Climepsi.

Francisco, J., Carvalho, M., & Baptista, A. (2008). Optimismo, estratégias de coping, e ajustamento emocional em indivíduos do foro oncológico. In: Actas do 7º Congresso Nacional de Psicologia da Saude., 295-298. Lisboa: Instituto Superior de Psicologia Aplicada.

Lazarus, R., & Folkman, S. (1986). Estrés y procesos cognitivos. Barcelona: Martínez Roca.

Vaz-Serra, A. (2007). O Stress na vida de todos os dias (3.ª ed.). Coimbra: Adriano Vaz Serra.

Santos, C. (2006). Doença Oncológica representação, coping e qualidade de vida (1.ª ed.). Coimbra: Formasau.

Kneier, A. W., & Temoschoc, L. (1984). Repressive coping reactions in patients with malignant melanoma as compared to cardiovascular disease patients. Journal of Psychosomatic Research , 28, 145-155.

Seligman, L. (1996). Promoting a Fighting Spirit. San francisco: Jossey-Bass Publishers.

Moreira, H., & Canavarro, M. C. (Novembro/Dezembro de 2009). Qualidade de Vida e Perturbação Emocional no Cancro da Mama Um Estudo Longitudinal sobre a Qualidade de Vida e Perturbação Emocional Durante o Percurso do Cancro da Mama. Saúde Mental, XI (5).

Meleis, A., Sawyer, L., IM, E.-K., Messias, D., & Shumacher, K. (2000). Experience Transitions: an emerging middle-range theory. Advances in

Nursing Science, 11 (23), pp. 12-28.

Romero, C.; Kalidas, M.; Elledge, R.; Chang, J.; Liscum, K.; Friedman, L. (2005). Self-forgiveness, spirituality, and psychological adjustment in

women with. Journal of Behavioural Medicine, 29 (1), pp. 29-36.

Feher, S., & Maly, R. (1999). Coping with breast cancer in later life: the role of religious faith. Psychooncology, 8, pp. 408-416.

Stanton, A., Danoff-Burg, S., Sworowski, L., Collins, C., Branstetter, A., Rodriguez-Hanley, A., (2002). Randomized, controlled trial of written

emotional expression and benefit-finding in breast cancer patients. Journal of Clinical Oncology , 20, pp. 4160-4168.

Gall, T., & Cornblat, M. (2002). Breast Cancer survivors give voice: a qualitative analysis of spiritual factors in long-term adjustment.

Psychooncology, 11(6), pp. 524-35.

Cotton, S., Levine, E., Fitzpatrick, C., Dold, K., & Targ, E. (1999). Exploring the relationships among spiritual well-being, quality of life, and

psychological adjustment in women with breast cancer. Psychooncology, 8(5), pp. 429-438.

Vespa, A., Jacobsen, P., Spazzafumo, L., Balducc, I. (2011). Evaluation of intrapsychic factors, coping styles, and spirituality of patients affected by tumors. Psychooncology, 20(1), pp. 5-11.

Carver, C., Pozo, C., Harris, S., Noriega, V., Scheier, M., Robinson, D., et al. (1993). How coping mediates the efect of optimism on distress: a study of women with early stage breast cancer. Journal of Personality and Social Psychology, 65(2), pp. 375-390.

Carver, C., Pozo, C., Harris, S., Noriega, V., Scheier, M., Robinson, D., et al. (1993). How coping mediates the efect of optimism on distress: a study of women with early stage breast cancer. Journal of Personality and Social Psychology, 65(2), pp. 375-390.

Epping-Jordan, J. C. (1999). Psychological adjustment in breast cancer: process of emotional distress. Health Psychology, 18(4), pp. 315-326.

Carver, C., & Antoni, M. (2004). Finding Benefit in breast cancer during the year after diagnosis predicts better adjustment 5 to 8 years diagnosis. Health Psychology, 23(6), pp. 595-598.

Bloom, J. (1982). Social support, accommodation to stress and adjustment to breast cancer. Social Science and Medicine, 16(14), pp. 1329-1338.

Bloom, J., & Spiegel, D. (1984). The relationship of two dimensions of social support to the psychological well-being and social functioning of womem with advanced breast cancer. Social Science and Medicine, 19, pp. 831-837.

Dunckel-Schetter, C. (1984). Social support and cancer: Findings based on patient interviews and their implications. Journal of Social Issues,

(4), 77-98.

Vos, P.J.; Garssen, B.; Visser, A.P.; Duivenvoorden, H.; Haes, H. (2004). Psychosocial intervention for women with primary, non-metastatic

breast cancer : a comparison between participants and non-participants. Psychoterapy and Psychosomatics, 73, pp. 276-285.

Manuel, J., Burwell, S., Crawford, S., Lawrence, R., Farmer, D., Hege, A., et al. (2007). Younger women´s perceptions of coping with breast cancer. Cancer Nursing, 30(2), pp. 85-94.

Greer, S., Morris, T., & Pettingale, K. W. (1979). Psychological responses to breast cancer: effect on outcome. Lancet, 2, pp. 785-786.

Felton, B., & Revenson, T. (1984). Coping with cronic ilness: a study of illness controllability and the influence of coping strategies on

psychological adjustment. Journal of Consulting Clinical Psychology , 52, pp. 343-353.

Watson, M., Greer, S., Rowden, L., Gorman, C., Robertson, B., Bliss, J. (1991). Relationships between emotional control adjustment to cancer

and depression and anxiety in breast cancer patients. Psychological Medicine, 21, pp. 51-57.

Classen, C., Koopman, C., Angell, K., & Spiegel, D. (1996). Coping styles associated with psychological adjustment to advanced breast cancer. Health Psychology, 15(6), pp. 434-437.

Heim, E., Valach, L., & Schaffner, L. (1997). Coping and psychosocial adaptation: longitudinal effects over time and stages in breast cancer.

Psychosomatic Medicine, 59, pp. 408-418.

Osowiecki, D., & Compas, B. (1998). Psychological adjustment to cancer: control beliefs and coping in adult cancer patients. Cognitive Therapy and Research, 22(5), pp. 483-499.

Stanton, A. L., Danoff-Burg, S., Sworowski, L. A., Collins, C. A., Branstetter, A. D., Rodriguez-Hanley, A., et al. (2002). Randomized, controlled trial of written emotional expression and benefit-finding in breast cancer patients. Journal of Clinical Oncology, 20, pp. 4160-4168.

Kershaw, T., Nourthouse, L., Kritpracha, C., Schafenacker A. & Mood, D. (2004). Coping strategies and quality of life in women with advanced breast cancer and their family caregivers. Psychology and Health, 19(2), pp. 139-155.

Henselmans, I., Sanderman, R., Baas, P., Smink, A., & Ranchor, A. (2009). Personal control after a breast cancer diagnosis: stability and adaptive value. Psychooncology, 18 (1), pp. 104-8.

Varela, M. &. Leal, I. Estratégias de coping em mulheres com cancro da mama. Análise Psicológica, 3(XXV), pp. 479-488.

Dean, C., & Surtess, P. G. (1989). -Do psychosocial factors predict survival in breast cancer? Journal of Psychosomatic Research, 33, pp. 651-659.

Filipp, S., Klauer, T., Freudenberg, E., & Ferring, D. (1990). The regulation of subjective well-being in cancer patients: an analysis of coping

effectiveness. Psychological Health, 4, pp. 305-317.

Varela, M., & Leal, I. (s.d.). Estratégias de coping em mulheres com cancro da mama. Análise Psicológica, 3(XXV), pp. 479-488.

Krueger, R. & King, J. A. (1998). Involving Community Members in Focus Groups,. In D. L. Morgan Organ, R. & Krueger A., Focus groups Kit (Vol. 5). Thousand Oaks: California: Sage.

Pereira, F. (2009). Informação e Qualidade do Exercício Profissional dos Enfermeiros. Coimbra: Formasau.

Basto, M. L. (2009). Pensar Enfermagem, 13(2), pp. 11-13.

Cullum, N., Ciliska, D., Haynes, R. B., & Marks, S. (2008). Enfermagem baseada em evidências Uma introdução. Porto Alegre: Artmed.

Meleis, A. I. (2005). Theoretical Nursing: Development and Progress (5.ª ed.). Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins.

Downloads

Publicado

27-10-2011

Como Citar

1.
Miguel Ferreira L, Miguel Pereira F, Samarina Brito Santos C, Salazar Almeida B. Indicadores de resultado clinicamente úteis no contexto das estratégias terapêuticas promotoras da adaptação em doentes com cancro da mama -. journal [Internet]. 27 de Outubro de 2011 [citado 28 de Abril de 2024];(18):8-14. Disponível em: https://onco.news/index.php/journal/article/view/195

Edição

Secção

Artigos de Investigação