Revisão sistemática sobre a eficácia do método educacional tradicional e da telenursing no ensino à pessoa para o autocuidado ao estoma

Autores

  • Carla Silva Universidade Católica Portuguesa, Braga

Palavras-chave:

Estoma, autocuidado, métodos educacionais, telenursing

Resumo

A construção de um estoma determina na pessoa a vivência de um processo de transição saúde/doença, ao serem-lhe exigidos novos conhecimentos e habilidades fundamentais para a gestão do autocuidado ao estoma. O papel do enfermeiro é fundamental neste sentido, por ser o responsável na equipa de saúde pelo ensino e instrução da pessoa para o autocuidado ao estoma.

O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia entre a utilização conjunta do método educacional tradicional com a telenursing e a utilização isolada do método educacional tradicional no ensino à pessoa para o autocuidado ao estoma. A pesquisa eletrónica foi realizada nas bases de dados referenciais para a pesquisa científica em enfermagem CINAHL, Scopus e Web of Science de 1 a 27 de Abril de 2015 com o termo de pesquisa limitado ao título, resumo e palavras-chave: (ostom* OR stoma) AND (“teaching method*” OR “teaching strateg*” OR “teaching alternative*” OR “stoma education*” OR “ostom* education*” OR telenurs*) AND (nursing OR nurse*). De 73 artigos identificados foram selecionados quatro, conforme os critérios de inclusão, nomeadamente, estudos de investigação desenvolvidos na área de enfermagem que comparassem o método educacional tradicional associado à telenursing com o método educacional tradicional isolado em adultos com estoma sem défices cognitivos, motores ou sensoriais, disponíveis em formato integral e publicados desde 1995. Três estudos referem que a pessoa com estoma apresenta mais conhecimento e melhores atitudes e comportamentos de autocuidado quando existe uma associação entre os métodos, no entanto, um estudo concluiu não existirem diferenças significativas quando comparada a eficácia entre a utilização isolada do método educacional tradicional e a utilização conjunta do método educacional tradicional com a telenursing. A divergência dos resultados obtidos poder-se-á dever ao facto de as estratégias incluídas no método educacional que contempla a telenursing diferirem entre os estudos, sendo esta uma limitação.       

Concluiu-se que a utilização conjunta do método educacional tradicional e da telenursing no ensino à pessoa com estoma parece ser mais eficaz que a utilização isolada do método educacional tradicional, contudo, são necessários novos estudos que comparem e comprovem a eficácia destes métodos educacionais, assim como das diferentes estratégias utilizadas na telenursing no desenvolvimento da competência de autocuidado da pessoa ao estoma.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abbott, P. A. & Coenen, A. (2008). Globalization and advances in information and communication tecnologies: the impact on nursing and health. Nurs Outlook. 56 (5), 238-246.

Barbane, N. C. & Dell’Acqua, M. C. Q. (2008). Coping strategies of ostomized individuals. Revista Latino-americana Enfermagem. 16 (14), 712-719.

Bohnenkamp, S. [et. al] (2004). Traditional versus telenursing outpatient management of patients with cancer with new ostomies. Oncoly Nursing Forum. 31 (5), 1005-1010.

Crawford [et. al] (2012). Traditional nurse instruction versus 2 session nurse instruction plus DVD for teaching ostomy care – a multisite randomized controlled trial. J Wound Ostomy Continence Nurs. 39 (5), 529-537.

Fulham, J. (2008). A guide to caring for patients with a newly formed stoma in the acute hospital setting. Gastrointestinal Nursing, 8 (6), 14-23.

Honkala, S. & Bertero, C. (2009). Living with an ostomy: Women’s long term experiences. Nordic Journal of Nursing Research & Clinical Studies, Vard I Norden. 29 (92), 19-22.

Lo, S. [et. al] (2009). A cost effectiveness analysis of a multimédia learning education program for stoma patients. Journal of Clinical Nursing. 19, 1844-1854.

LO, S. [et. al] (2010). Multimedia education programme for patients with a stoma – effectiveness evaluation. Journal of Advanced Nursing. 67(1), 68-76.

Martins, M. L. (2005). Princípios do cuidar da pessoa ostomizada. In V. L. C. G. Santos & I. U. R. Cesaretti, Assistência em Estomaterapia: Cuidando do ostomizado (103-112). São Paulo: Editora Atheneu.

Maurício, V. C.; Souza, N. V. D. O. & Lisboa, M. T. L. (2013). O enfermeiro e sua participação no processo de reabilitação da pessoa com estoma.

Esc Anna Nery. 17 (3), 416-422.

Miller, E. A. (2007). Solving the disjuncture between research and practice: telehealth trends in the 21st century. Health Policy. 82, 133-141.

Newman, M. & Roberts, T. (2004). Apreciação crítica I: É a qualidade do estudo suficientemente boa para utilizar os resultados? In J. V. Craig

& R. L. Smyth, Prática Baseada na Evidência: Manual para enfermeiros (86-113). Loures: Lusociência.

Noone, P. (2010). Pre and postoperative steps to improve body image following stoma surgery. Gastrointestinal Nursing. 8 (2), 34-39.

O’Connor, G. (2005). Teaching stoma-management skills: the importance of self-care. British Journal of Nursing. 14 (6), 320-324.15. O’Shea, H. S. (2001). Teaching the adult ostomy patient. JWOCN. 28, 47-54.

Peck, A. (2005). Changing the face of standard nursing practice through telehealth and telenursing. Nurs admin Q. 29 (4), 339-343.17. Piwonka, M. A. & Merino, J. M. (1999). A multidimensional modeling of pretictors influencing the adjustment to a colostomy. Journal of Wound, Ostomy and Continence Nursing. 16, 298-305.

Reveles, A. G. & Takahashi, R. T. (2007). Educação em saúde ao ostomizado: um estudo bibliométrico. Esc. Enferm. USP. 41 (2), 245-250.

RNAO, Registered Nurses’ Association of Ontario (2009). Nursing Best Practice: Ostomy Care and Management. Ontario em

http://rnao.ca/bpg/guidelines/ostomy-care-management.

Santos, V. L. C. G. (2000). Fundamentos teóricos-metodológicos da assistência aos ostomizados na área da saúde do adulto. Revista Escola Enfermagem USP. 34 (1), 52-58.

Simmons, K. L. (et al.) (2007). Adjustment to colostomy: stoma acceptance, stoma care self-efficacy and interpersonal relationships. Journal of Advanced Nursing. 60 (6), 627-635.

Souza, C.; Iglesias, A. & Pazin-filho, A. (2014). Estratégias inovadoras para métodos de ensino tradicionais – aspetos gerais. Medicina. 47 (3),

-292.

Stillwell, S. B. Et al. (2010). Asking the clinical question: a key step in Evidence-Based Practice. Am J Nurs. 110 (3), 58-61.

Taylor, C. & Morgan, L. (2010). Quality of life following reversal of temporary stoma after rectal cancer treatment. European Journal Of Oncoly Nursing. 1-8.

Vieira, F. (2013). Pesquisa científica em enfermagem: guia prático. Novas Edições Académicas. ISBN 978-3-639-61067-3, 119p.

Downloads

Publicado

05-09-2015

Como Citar

1.
Silva C. Revisão sistemática sobre a eficácia do método educacional tradicional e da telenursing no ensino à pessoa para o autocuidado ao estoma. journal [Internet]. 5 de Setembro de 2015 [citado 19 de Abril de 2024];(31):14-9. Disponível em: https://onco.news/index.php/journal/article/view/105

Edição

Secção

Artigos de Investigação