Ventilação não invasiva: úlcera por pressão na face - implicações para a prática clínica
Palavras-chave:
Ventilação Não Invasiva, Intervenções de Enfermagem, Máscara/Interface, PeleResumo
A ventilação não invasiva (VNI) representa uma grande evolução na abordagem da insuficiência respiratória. As intervenções de enfermagem durante a VNI são muitas vezes um desafio para a equipa pois a adaptação dos cuidados é centrada na individualidade de cada pessoa. Com base no conhecimento científico disponível verifica-se que surgem complicações associadas à VNI, sendo a mais grave relacionada à interface - Úlcera por pressão. A intervenção de enfermagem direciona-se na avaliação e planeamento da ação com o doente respeitando as linhas de orientação para a prática clínica. Com o objetivo de identificar as intervenções de enfermagem associadas à prevenção de úlcera por pressão da face no doente submetido a VNI foi elaborada uma revisão sistemática da literatura. Para a elaboração deste artigo foram selecionados 8 artigos de texto integral com intervalo temporal de janeiro de 2011 a março de 2016 a partir das bases de dados eletrónicas CINAHL (The Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature), Nursing & Allied Health Collection e MEDLINE. Foi utilizado o método PI[C]O e selecionados 8 artigos num total de 150. A VNI tem assumido particular importância como estratégia de tratamento da pessoa com patologia respiratória e deve basear-se
na existência de alguma perspetiva de reversibilidade ou, no caso de doentes oncológicos em fase terminal, no conforto do doente com melhoria da dispneia e manutenção da autonomia. A úlcera por pressão da face surge como a complicação mais grave e recorrente em todos os estudos. Cabe ao enfermeiro priorizar uma avaliação e vigilância contínua, o ajustar da máscara, a alternância do tipo de máscara, a escolha do modelo e tamanho adequado, a aplicação de uma pressão adequada, o reposicionamento, a higiene e a hidratação da pele. A intervenção de enfermagem é decisiva na prevenção e minimização das complicações, promovendo cuidados seguros e de qualidade.
Downloads
Referências
Landoni, G. (2012). Noninvasive ventilation after cardiac and thoracic surgery in adults patients: a review. Journal of Cardiothoracic and vascular anesthesia, 26.
Fortin, M. (2009) - Fundamentos e Etapas do Processo de Investigação. Loures: Lusodidacta.
Melnyk, B. M. & Fineout-Overholt, E. (2011). Evidence-based practice in nursing and healthcare: A guide to best practice. Philadelphia: Lippincott, Williams & Wilkins.
Soares, A. (2014). Intervenções de Enfermagem ao Cliente Submetido a Ventilação Não-Invasiva no Serviço de Ur-gência. Dissertação de Mestrado. Instituto Politécnico de Setúbal. Portugal.
Chacur, F.; Vilella F.; Fernandes, C. & Lazzarini, L. (2011). The total face mask is more comfortable than the oronasal mask in noninvasive ventilation but is not associated with improved outcome. Respiration; International Review Of Thoracic Diseases, 82(5), 426-430. doi:10.1159/000324441. Available from: CINAHL Complete
Disponível em: http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=ccm&AN=104703195&lang=pt-br&site=ehost-live (9 mar 2016)
Schallom, M. et al (2015). Pressure Ulcer Incidence in Patients Wearing Nasal-Oral Versus Full-Face Noninvasive Ventilation Masks. American Journal Of Critical Care: An Official Publication, American Association Of Critical-Care Nurses, 24(4), 349-356. doi:10.4037/ajcc2015386. Available from: MEDLINE Complete;
Disponível em: http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=mdc&AN=26134336&lang=pt-br&site=ehost-live (9 mar 2016).
Liu; J.; Duan J., Linfu Bai, M. & Zhou, L. (2016). Noninvasive Ventilation Intolerance: Characteristics, Predictors, and Outcomes. Respiratory Care. March; 61(3). DOl: 10.4187/respcare.04220. Available from: MEDLINE Complete
Disponível em: http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=mdc&AN=26715769&lang=pt-br&site=ehost-live (9 mar 2016).
Kwok, H.; Mccormack, J.; Cece, R.; Houtchens, J. & Hill, N. (2003). Controlled trial of oronasal versus nasal mask ventilation in the treatment of acute respiratory failure. Crit Care Med; 31(2):468-473.
Femandez-Vivas, M.; Caturla-Such, J.; Gonzalez de la Rosa, J.; Acosta-Escribano, J.; Alvarez-Sanchez, B. & Canovas-Robles, J. (2003). Noninvasive pressure support versus proportional assist ventilation in acute respiratory failure. Intensive Care Med; 29(7):1126-1133.
Ahmad, Z. .; Venus, M.; Kisku, W. & Rayatt, S. (2013). A case series of skin necrosis following use of non invasive ventilation pressure masks.
International Wound Journal, 10(1), 87-90. doi:10.1111/j.1742-481X.2012.00948.x. Available from: MEDLINE Complete
Disponivel: http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=mdc&AN=22432901&lang=pt-br&site=ehost-live (9 mar 2016)
Belchior, I.; Gonçalves, M. & Winck, J. (2012). Continuous noninvasive ventilation delivered by a novel total face mask: a case series report.
Respiratory Care, 57(3), 449-453. doi:10.4187/respcare.01275. Available from: MEDLINE Complete
Disponível: http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=mdc&AN=21968352&lang=pt-br&site=ehost-live (9 mar 2016).
Souto Barros, L.; Talaia, P.; Drummond, M & Natal-Jorge, R. (2014). Facial pressure zones of an oronasal interface for noninvasive ventilation: a computer model analysis. Jornal Brasileiro De Pneumologia: Publicaçao Oficial Da Sociedade Brasileira De Pneumologia E Tisilogia, 40(6), 652-657. doi:10.1590/S1806-37132014000600009 Available from: MEDLINE Complete; Disponível em: http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=mdc&AN=25610506&lang=pt-br&site=ehost-live (9 mar 2016).
Mourisco, S. (2006). Complicações da Ventilação Mecânica Não-Invasiva. Nursing. Lisboa. - ISSN0871-6196. Outubro, 16( 214); 49-50
Wellington, P.; Yamaguti, P.; Moderno, E.; Yamashita, S.; Gomes, T.; Maida, A.; Kondo, C.; Salles, I. & Brito, C. (2014). Treatment-Related
Risk Factors for Development of Skin Breakdown in Subjects With Acute Respiratory Failure Undergoing Non invasive Ventilation or CPAP. Respir Care; 59(10):1530—1536. DOI: 10.4187/respcare.02942. Available from: MEDLINE Complete Disponível em:
http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=mdc&AN=24894664&lang=pt-br&site=ehost-live (9 mar 2016
Bachour, A.; Vitikainen, P.; Virkkula, P. & Maasilta, P, (2013). CPAP interface: satisfaction and side effects. Sleep Breath, July, 17(2):667–672, DOI 10.1007/s11325-012-0740-0.Availabe from: MEDLINE Complete
Disponivel:http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=mdc&AN=22763499&lang=p br&site=ehost-live (9 mar 2016).
Ordem dos Enfermeiros (2009). Padrões de qualidade dos Cuidados de Enfermagem: Enquadramento Concetual, Enunciados descritivos.
Lisboa: Ordem dos Enfermeiros.
Hesbeen, W. (2001). Qualidade em enfermagem - pensamento e ação na perspetiva do cuidar. Loures: Lusociência. ISBN: 972-8383-20-7
Gonçalves, R. (2011). Cuidados de enfermagem com a interface. In António M Esquinas Princípios da ventilação mecânica não invasiva. Gasin Medica Grupo Air Products: 435-442.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2022 Cristina Grilo , Sílvia Alminhas
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.