Contributos da consulta de enfermagem na realização de Ressonância Magnética sem anestesia em contexto pediátrico

Resumo

Introdução: O enfermeiro procura continuamente melhorar a qualidade dos cuidados, especialmente na saúde infantil. Com o aumento de procedimentos como a Ressonância Magnética (RM) em doentes pediátricos, muitas vezes realizada sob anestesia geral, surge a preocupação com os riscos associados, incluindo efeitos adversos cognitivos e comportamentais. A criação de uma consulta de enfermagem prévia à RM visa reduzir o uso de anestesia em doentes pediátricos dos 6 aos 12 anos. Este projeto inovador, implementado no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, pretende que 20% dos doentes pediátricos realizem RM sem anestesia, explicando aos pais e cuidadores os benefícios deste exame sem sedação. Durante a consulta, são dadas instruções claras sobre o procedimento e como o doente pediátrico deve comportar-se, incluindo o uso de auscultadores e demonstração dos equipamentos. Após a RM, é entregue um questionário de satisfação para avaliar o processo.

Objetivo geral: Evidenciar a relevância da consulta de enfermagem do Serviço de Radiologia do IPO Porto – ano 2023, na realização de RM sem anestesia em doentes pediátricos.

Objetivos específicos: Descrever os procedimentos realizados na consulta de enfermagem; apresentar os resultados do impacto da consulta de enfermagem na redução no número de procedimentos de RM com anestesia.

Métodos: Realizadas consultas de enfermagem prévias à realização da RM agendada, com início em janeiro de 2023 e término em dezembro de 2023. Realizadas 30 consultas de enfermagem, com tempo médio de duração de cerca de 1 hora. Os critérios de inclusão estabelecidos foram: doentes com idade compreendida entre os 6 e os 12 anos. Foram considerados como critérios de exclusão: doentes com défice cognitivo, limitações clínicas, agravamento da sua situação clínica e/ou não colaborantes.

Resultados: Foram efetuadas 30 consultas de enfermagem prévias à realização da RM, a 30 crianças/pais/cuidadores. Através da consulta efetuada com os ensinos inerentes à mesma, 23 crianças conseguiram realizar o exame sem recurso anestésico.

Conclusões: A implementação da consulta tem o potencial de trazer melhorias substanciais em benefício não só das crianças, como também dos processos e resultados institucionais. Consiste em melhorar a qualidade dos cuidados de enfermagem aos doentes em idade pediátrica submetidos a RM.